O número de brasileiros que têm se interessado por investimentos vem crescendo a cada dia. Apesar desse interesse e da grande quantidade de materiais disponíveis sobre o assunto, algumas pessoas ainda não sabem o que é renda fixa e renda variável.

Como esses conceitos são fundamentais para qualquer investidor, decidimos esclarecer tudo sobre o assunto. Então, se você ainda tem alguma dúvida sobre o tema, continue a leitura!

O que é renda fixa?

Os investimentos de renda fixa são aqueles em que o investidor sabe qual será sua remuneração antes de investir. Os produtos dessa modalidade de investimento oferecem um rendimento definido por um período determinado.

Na renda fixa, temos investimentos pré e pós-fixados. Os pré-fixados são aqueles que rendem sempre a mesma quantidade, independentemente do que aconteça. Um CDB (já já explicaremos o que é isso), que rende 9,75% ao ano, é um exemplo de título pré-fixado.

Os títulos pós-fixados são um pouco mais difíceis de entender. O rendimento deles é atrelado a algum indexador, como a Selic (taxa básica de juros do Brasil), o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) ou o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

O título pós-fixado mais comum é o CDB, normalmente atrelado ao CDI. Podemos encontrar, por exemplo, CDBs que rendam 110% do CDI ao ano, ou seja, 110% do valor que o CDI apresentar no período.

Por exemplo: CDI 7,5% ao ano e CDB 110% do CDI, logo esse CDB irá render 8,25% ao ano para você (ceteris paribus, ou seja, se a taxa CDI não alterar durante o ano)

Agora que os conceitos ficaram claros, vamos conhecer os principais produtos da renda fixa?

Tesouro Direto

O Tesouro Direto, aplicação conhecida como a “mais popular entre os brasileiros”, é um investimento em que acontece a compra de títulos públicos. Basicamente, você empresta dinheiro para o estado e ele o devolve com juros.

Os rendimentos do Tesouro Direto estão atrelados a taxas pré-fixadas, IPCA, IGPM e à Selic (este último é geralmente o mais procurado por causa da sua liquidez). Ele é visto como o investimento mais seguro, conservador e menos rentável que temos disponível atualmente.

Certificado de Depósito Bancário (CDB)

O CDB funciona do mesmo modo que o Tesouro Direto, mas, em vez de emprestar seu dinheiro ao estado, você o empresta para instituições bancárias. Essa aplicação é protegida pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito).

O FGC é um tipo de seguro que o investidor tem, já que ele ressarce até R$ 250.000,00, por instituição e por CPF, caso a instituição bancária não cubra os títulos na data definida.

O indexador mais comum dos CDBs é o CDI. Sua rentabilidade está intimamente ligada ao risco da aplicação: quanto menor a liquidez (período de espera antes de resgatar o dinheiro) e menos consolidada for a instituição bancária, maiores serão os rendimentos.

Letras de Câmbio Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA)

As LCIs e LCAs também são protegidas pelo FGC e funcionam da mesma forma que os outros investimentos apresentados. Seu grande diferencial é que elas têm isenção do Imposto de Renda (IR).

Entretanto, sua liquidez é baixa, normalmente, sendo possível resgatar a aplicação apenas em seu vencimento (os títulos mais comuns têm vencimento em cinco anos). Além disso, a barreira de entrada (quantidade mínima para investir) é R$ 5.000,00.

O que é renda variável?

A renda variável já vai por um caminho totalmente diferente da renda fixa. Aqui, as possibilidades de ganhos e de perdas (se não gerenciarmos corretamente os investimentos) são ilimitadas. Todo o “lucro” é obtido na diferença entre a compra e a venda dos ativos negociados.

Graças a essas especificidades, investidores de perfil moderado e agressivo se dão melhor com essa aplicação do que os de perfil conservador.

Entendido o que é renda variável, que tal conhecermos seus principais produtos?

Ações

As ações são o produto mais conhecido da renda variável. Quem nunca ouviu falar em “jogar” na Bolsa de Valores, não é mesmo? E elas não têm nada de complicadas: ações são o capital social das empresas que se abriram para o mercado. A empresa passa de capital fechado para aberto, “se diluindo, ou se pulverizando” em ações, proporcionando ao investidor a compra de tais “fragmentos”.

Dessa forma, quem investe nesse ativo se torna temporariamente sócio das empresas nas quais tem ações. Com isso, o investidor pode obter rendimento com dividendos (participação nos lucros) ou vendendo os papéis no momento em que valorizarem.

As ações, assim como os mini-contratos e as opções (falaremos deles a seguir), são regulamentados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e custodiadas na B3, bolsa de valores do Brasil..

Mini-contratos futuros

Os mini-contratos são acordos de compra e venda negociados dentro da Bolsa de Valores. Esses acordos são feitos para serem cumpridos no futuro. A lógica é mais ou menos assim: você emite, hoje, um mini-contrato para comprar U$ 1.000,00 a R$ 2,89 no futuro. Caso você encontre alguém disposto a fazer essa transação, você paga uma “margem de garantia” e assegura essa compra na data em que foi definida.

Essa estratégia é usada para que você, investidor, proteja-se contra oscilações de moedas (dólar e euro) e mercadorias (commodities).

Opções

As opções funcionam de forma semelhante aos mini-contratos. A grande diferença é que, nelas, o produto da negociação é representado pelas ações. As opções podem ser usadas em diversas estratégias para mitigar riscos ou aumentar os ganhos.

Fundos de Investimento

Os Fundos de Investimento funcionam como um condomínio de aplicações. Nele, o gestor escolhe os produtos a serem alocados, e o investidor ganha a rentabilidade baseada na quantidade de cotas que possuir.

Essa aplicação pode ser de renda mista, fixa ou variável. Ela é recomendada para investidores que não têm muita experiência no mundo dos investimentos como um todo, incluindo a Bolsa de Valores e renda fixa.

Criptomoedas

Criptomoedas são moedas virtuais que podem ser negociadas por meio de carteiras eletrônicas dentro do ambiente virtual. Diferentemente dos produtos da Bolsa de Valores, as criptomoedas não são regularizadas pela CVM, mas pelos seus próprios sistemas tecnológicos.

Em função dessas especificidades, as criptomoedas são vistas como mais seguras do que outros produtos da renda variável. Além disso, algumas dessas moedas já são reconhecidas e usadas para transações em países importantes, como a Alemanha, o Japão e, até mesmo, o Brasil.

Moedas

Outro produto interessante que temos na renda variável são as moedas, em especial, o dólar e o euro. Aqui, o investidor pode ganhar nas oscilações de câmbio, mais ou menos como acontece no caso das ações.

Commodities

Commodities é o nome dado às mercadorias de importância mundial, que servem de matéria-prima e podem ser estocadas sem perder qualidade. Esse é o caso do boi gordo, do café, da soja, do petróleo, do ouro etc.

As commodities são negociadas na Bolsa de Valores por meio dos contratos e mini-contratos futuros.

Quais as diferenças entre renda fixa e variável?

Além do que tratamos até aqui, algumas diferenças são marcantes entre a renda fixa e a variável. Vejamos algumas delas!

Exposição a riscos

A renda fixa protege o investidor muito mais do que a variável. Nessa modalidade, a chance de perder dinheiro é muito baixa, e os ganhos são constantes, apesar de reduzidos.

Possibilidade de ganhos

Em consequência de seu risco, a renda variável tem opções de rentabilidade muito maiores do que as da renda fixa. Entretanto, boas estratégias podem evitar perdas, o que deixa esse tipo de aplicação ainda mais atrativa.

Perfil ideal de investidor

Como já tratamos aqui, investidores conservadores e menos experientes se sentem mais tranquilos investindo em renda fixa. Por outro lado, perfis moderados, agressivos, ou conservadores que entendem como mitigar riscos preferem a renda variável.

Previsibilidade da aplicação

Apesar de óbvia, essa diferença é marcante! Na renda fixa, sabemos qual será o rendimento de cada aplicação; na renda variável, a história muda e nada limita o bom investidor, que pode aproveitar todas as oportunidades para lucrar cada vez mais.

Qual é o futuro dos investimentos no Brasil?

O Brasil, até dois anos atrás, era visto como a terra da renda fixa. No entanto, esse cenário mudou. Atualmente, estamos em quedas constantes da taxa de juros (Selic), e a tendência é que isso continue.

Dessa forma, uma carteira inteligente é aquela que assume alguns riscos. É preciso aproveitar o crescimento do Brasil, entender, de fato, o que é renda fixa e renda variável e mitigar as ameaças que circundam os investimentos. Nessas horas, a boa tecnologia e os profissionais experientes são seus maiores aliados, investidor!

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